Críticas Literárias

Esta página é dedicada a demonstrar a crítica literária feita por profissional habilitado e trazer ainda mais curiosidades sobre o livro

A qualidade literária de Epic Adventure é inquestionável.

Professora Amanda Murça

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Crítica literária de Epic Adventure - O jogo que mudou o mundo por Amanda Murça

Leia os princiapais trechos da análise literária do livro Epic Adventure - O jogo que mudou o mundo

Nós somos eternamente gratos à Profª Amanda Murça pelo profissionalismo e pela dedicação à nossa obra. Foram várias semanas trocando trechos do livro pelo WhatsApp, corrigindo, explicando e ajustando os detalhes. Ao final, nosso livro ficou ainda mais incrível que a nossa expectativa.

Reginaldo Andrade e Diogo Vaz
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Os autores

Amanda Murça

Doutoranda em literatura - UNB
Professora de literatura

"...a obra tem grande relevância temática e tem uma estrutura e uma linguagem mais que suficientes para suportar o peso dos temas discutidos... Livro bem desenvolvido, sem pontas soltas, detalhista e rico em símbolos e temáticas."

  1. Resumo

A obra em questão aborda a história de quatro adolescentes, amigos, que idealizam um jogo e trabalham na elaboração dele. O jogo faz sucesso, em primeira instância, entre os colegas de escola desses amigos e, posteriormente, com a abertura do código do jogo, faz sucesso em todo o mundo. Misteriosamente, jogadores em todo o mundo começam a sofrer danos e até morrem, ao jogarem o Epic Adventure e, assim, os casos tornam-se um sério problema mundial. Os jovens idealizadores do jogo são convocados a uma drástica e perigosa jornada virtual, em busca de respostas quanto às mortes causadas pelo jogo.

  1. Estrutura Narrativa

A estrutura do livro tem início, meio e fim, todas as partes bem desenvolvidas e organizadas. A introdução aborda com sagacidade elementos que aparecerão no desenvolvimento da narrativa, o que dá a impressão de que as partes do textos estão bem articuladas e se encaixam na história. Nada aparece de forma repentina, sem um prévio desenvolvimento ou contextualização. O texto conseguiu elevar o ritmo da história ao clímax (...). Assim, a narrativa se torna envolvente e passa a ser, de forma metalinguística, de fato, uma aventura épica, inesquecível para o leitor. O encerramento do livro é feito de forma clara e contundente, sobretudo por meio da fala do General, que expõe, pela primeira vez na obra, de forma explícita, algumas das metáforas relacionadas ao jogo (foco central da narrativa). O texto tem, também, referências a textos primitivos, como mitologia e contos de fadas, ao abordar, por meio de Thales, a necessidade de um vilão nas histórias; isso torna o Epic Adventure um texto clássico, ainda que seja inovador e moderno. Ao colocar o vilão metaforicamente como a parte ruim do ser humano, o texto liga-se ao que diz o teórico Carl Gustav Jung, quando o autor afirma que, em geral, os vilões dos contos simbolizam nossa sombra psíquica, ou seja, representam a pior parte de nós. Em suma, o texto está bem desenvolvido, com detalhamento fluido de cenários e personagens e com diálogos claros e adequados à linguagem coloquial (enquanto o restante do texto tem linguagem formal). Um recurso utilizado por Andrade, em Epic Adventure, foi a inserção do posicionamento do narrador, em um momento do texto, o que é chamado de metalinguagem. Esse recurso foi muito usado por Machado de Assis, no século XIX, e hoje é utilizado por vezes com diversos propósitos. No caso do livro em questão, o narrador intervém para causar certa comoção num momento sensível da obra e, assim, permitir que o leitor tenha um envolvimento ainda maior nos acontecimentos da narrativa, tendo em vista a clareza de ideias exposta pelo narrador e a comoção causada pela análise dele.

  1. Personagens

A maioria dos personagens apresentam descrição explícita e detalhada, já no início do enredo. Aqueles que não apresentam detalhamento em sua descrição, como o Cabo Neto e o General Wilson, por exemplo, são muito bem desenvolvidos por meio de diálogos e ações, permitindo com que todos eles, com ou sem detalhamento descritivo, apresentem personalidade e características bem definidas. Nota-se que todos os personagens têm características próprias trabalhadas ao longo do texto, como, por exemplo, Alice, que é engraçada, Maria, que é inteligente, Arthur, que é um pouco mais atrapalhado e Gabriel, que dentre outras características, apresenta, desde o início, perfil de liderança (é um personagem maduro). À medida que o leitor vai se aprofundando na leitura do texto, ele acaba se apegando aos personagens, já que são desenvolvidos neles funções afetivas, o que foi feito mesmo nos personagens militares, contrariando o estereótipo de que militar não deve apresentar emoção. General Wilson tem sua afetividade desenvolvida por meio da sua ânsia em salvar o mundo, que se baseia, sobretudo, na perda do filho. Cabo Neto, outro militar, ao proteger e cuidar dos

  1. Linguagem

4 amigos dentro do jogo, ganha a confiança deles e se torna um dos amigos do grupo. Essa comoção muito bem desenvolvida permite um maior engajamento do leitor na história. Inserir personalidade própria em personagens dentro de um texto com tantos personagens quanto o Epic Adventure é um desafio e nessa obra o desafio foi felizmente superado.

  1. Intertexto

Um dos recursos que enriqueceu a obra em questão, deixando-a mais interessante e mais complexa, foi a inserção de dados históricos e políticos no contexto da narrativa. Esses trechos intertextuais com a realidade contribuem para a construção das metáforas dentro do texto, como, por exemplo, o paralelo entre a guerra virtual e as guerras reais, que fazem o leitor medir até que ponto uma guerra seria distante da outra, em termos de impacto social. A reflexão feita sobre o impacto de uma guerra na sociedade, sobretudo por meio do aparecimento do contexto da segunda guerra mundial no enredo, foi de fato capaz de comover o leitor e fazê-lo refletir sobre a real necessidade de uma guerra em detrimento do sofrimento causado por ela. Dessa forma, entende-se que a intertextualidade foi muito bem inserida na narrativa e cumpriu se propósito de comover, emocionar, chocar e proporcionar reflexão.

  1. Considerações gerais

O título do texto se destaca, tendo em vista que é um nome em inglês. O nome da obra, que é o nome do jogo abordado pela narrativa, por ser em inglês, pode representar a universalidade do tema tratado, o que é confirmado pelo leitor quando ele percebe que as metáforas do texto são aplicadas ao ser humano de forma universal. Assim, o título, além de chamativo, é muito adequado à obra. A linguagem de computadores foi desenvolvida no livro de uma forma muito acessível, mesmo que em alguns momentos demonstrem certa complexidade de funcionamento na narrativa. O autor demonstra ter domínio pleno sobre o que escreve, seja num contexto histórico/político, seja num contexto de computadores, redes e programação. A linguagem simbólica do texto é rica, abordando metáforas como Thales e a maldade humana, os 4 amigos e a coragem para enfrentar os empecilhos da vida, o jogo e o cenário da vida, a virtualidade como espaço para uma vida permissiva, entre outras. A exploração do inconsciente humano também toma uma proporção simbólica, no momento que os medos e/ou traumas dos jogadores começam a ser explorados no jogo por Thales. A batalha contra os medos e traumas individuais também é importante e difícil de ser estabelecida, mas precisa ser feita, para que não nos enfraqueçamos por nossa própria psique. Para além do simbólico, o livro trabalha o poder da amizade, da escuta, do diálogo, da compreensão e da empatia, valores muito relevantes para um cenário real e atual de individualismo e egoísmo extremos. A crítica a respeito do envolvimento extremo dos jovens para com o mundo virtual, desconectando-se do mundo real, deixando de ter compromissos e responsabilidades com questões atuais, também se faz presente na narrativa e é efetiva. Estar envolvido de forma extrema com o virtual e desconsiderar os acontecimentos reais é morrer para o mundo, tal como os jovens morriam ao jogarem Epic Adventure. Em geral, a obra tem grande relevância temática e tem uma estrutura e uma linguagem mais que suficientes para suportar o peso dos temas discutidos pela obra. Livro bem desenvolvido, sem pontas soltas, detalhista e rico em símbolos e temáticas. A qualidade literária de Epic Adventure é inquestionável.

A linguagem do Epic Adventure é fluida e acessível. A forma como o narrador conduz a história é envolvente e efetiva. (...), os articuladores de linguagem foram usados com êxito e as poucas ambiguidades existentes na obra foram solucionadas com a revisão textual.

Crítica literária de Entre dois mundos
por Sandra Capellano

Leia os princiapais trechos da análise literária do livro Entre dois mundos

Sandra Capellano

Revisora e Redatora
Jornalista

"A obra aborda, aprofundando a análise, uma luta interna, messiânica, que afronta os personagens centrais da narrativa; luta entre o acaso e o quanto se gerencia a própria vida. Luta entre o controle e o destino, o improvável e o desatino, o imaginário e o real. Luta, enfim, entre dois mundos. "

A crítica literária feita pela Sandra, foi capaz de absorver em grande parte os sentimentos que expressamos durante a ideia final da história e a sua escrita. O relatório tem uma profundidade incrível e é muito feliz em suas citações. Somos muito gratos.

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Reginaldo Andrade e Diogo Vaz

Os autores

  1. Síntese

Trata-se de um romance monofónico, fechado, realista, interessante; com elementos de ação e ficção. É uma narrativa longa, escrita em prosa, com enredo integral, personagens bem explorados, cenários e marcas temporais, diversos conflitos a priori, e sua ambientação social e psicológica configura o bem o universo dos agentes da história. Prende a atenção do leitor mesclando flashes da realidade e da ficção, numa história dirigida com criatividade e pulso humanitário. Há muito realismo e muito afeto nas entrelinhas, acentuando episódios de relevância aos protagonistas do livro, munidos sempre de admiráveis ideais de vida. Com personagens e tempos narrativos que se atravessam como fios trançados, essa obra se debruça sobre questões como sobrevivência e ancestralidade, A densidade descritiva é muito adequada, incitando de forma superlativa a compreensão do legente e proporcionando fluidez e dinâmica ao relato. (...). Essa dinâmica se robustece a cada página, relevando uma trama inusitada a um desfecho surpreendente. A transição entre a realidade e a ficção aguça o interesse do leitor, que busca uma relação entre os dois mundos apresentados. O que os motivou a escrever esse livro? Como se deu a escolha dos momentos aqui descritos? A imaginação desenvolta e a precisão de detalhes e especificidades de algumas situações conversam entre si, construindo uma história impertinente ao lugar comum de temas semelhantes. A obra aborda, aprofundando a análise, uma luta interna, messiânica, que afronta os personagens centrais da narrativa; luta entre o acaso e o quanto se gerencia a própria vida. Luta entre o controle e o destino, o improvável e o desatino, o imaginário e o real. Luta, enfim, entre dois mundos. O livro demostra como muitas vezes o ser humano é refém de expectativas e escolhas inconscientes.

  1. Estrutura

A alternância entre a realidade e a ficção funciona muito bem, contribuindo de forma superlativa para a compreensão da história. O tom narrativo e descritivo que vibra entre o mundo real (...) e o mundo imaginário (...), floreia a situação de dor de uma UTI (...) com o simbolismo de um super-herói, que quer salvar a humanidade com seus atributos de coragem, destemor, justiça e idealismo. Numa reflexão sem compromisso, o super-herói também quer se salvar de seu próprio infortúnio. Tudo isso incorporado num jovem altruísta. Numa jovem resignada. Qual o elo entre os dois? Onde essas histórias se encontram? O título do livro é uma sinopse do seu conteúdo e de todas as ilações que dele se possa fazer. Essa dialética é um imã que leva o leitor a reconhecer, através da alegoria e da realidade, valores ansiados pela humanidade, ao mesmo tempo em que questiona a fluidez da vida e seu propósito. Tanto o acidente quando a doença atribuída aos personagens centrais – indiretos e diretos - são extremos, verídicos e pungentes que provocam empatia no leitor. A linguagem é acessível e envolvente, utilizando-se de simbolismos que enriquecem a narrativa. A trama não se apresenta claramente no início da história, mas o modo como é contada atrai o leitor para essa viagem, em busca por um sentido para aquilo que sem sentido parece. O narrador é um personagem onisciente que conduz a história ao passado e ao presente, induzindo a pontos que quer dar relevância. Embora haja recortes na narrativa entre os dois mundos, a história segue de forma linear. 

  1. Enredo

A trama gira em torno de personagens que se encontram em um estado de transição, vivendo entre duas realidades distintas. Os autores utilizam uma linguagem rica e simbólica para traçar o perfil do protagonista, que se debate entre o passado, o presente e o futuro, entre o que foi, o que é e o que poderia ser. Este "entre", simboliza uma espécie de limbo e serve como cenário para a exploração de questões existenciais. Baseado na vida, não poderia ser mais atraente.

  1. Trama

Bem elaborada, pode trazer o leitor com clareza e simplicidade a esse relato de afeto e reflexão. Valores, história, respeito e gratidão permeiam o texto. Trata-se de uma trama que vai sendo construída e reconstruída por meio de linhas narrativas que se entrecruzam e, por vezes, desestabilizam umas às outras, num inusitado quebra cabeça.Os títulos dos capítulos são teasers da ação que neles se desenvolvem; instigantes e pertinentes. A divisão dos atos (capítulos) também é propícia para o caminhar do leitor pelas páginas do livro, levando-o à legitimidade do título na metade da narrativa (em termos) . O clímax é bem conduzido. Pelo número de páginas considera-se que o número de capítulos seja adequado para não tornar a leitura cansativa e monótona. (...)

A fantasia tem que ser crível.

Observações:

Coincidências e Destino: o acidente e suas consequências exploram a ideia de coincidências na vida e se essas são meras circunstâncias ou têm um significado mais profundo. Mesmo sutilmente o livro analisa a complexidade das relações familiares, e como um fato nefasto, indesejado, trágico, pode revelar o verdadeiro sentido do sofrimento, da perda e da vida. Realidade versus Ficção: a dualidade entre o que é real e o que é ficcional (...) pode refletir o estado mental do protagonista e suas lutas internas, apesar da pouca idade a ele sugerida, partindo-se do pressuposto que a alma tem seus mistérios...

  1. Clareza

A linguagem utilizada pelos autores e a presença de simbolismos fornecem uma camada adicional de interpretação. A forma como os personagens se expressam e as metáforas utilizadas são elementos cruciais para o entendimento das emoções e conflitos apresentados. Narrativa clara e muito descritiva, de fácil entendimento; vocabulário específico, verossímil, pertinente aos personagens. Bom uso da língua portuguesa, com categoria e propriedade. Apenas assinalei algumas observações. 

  1. Continuidade

A sequência de acontecimentos é ditada pela visão dos autores sobre os fatos. Às vezes as passagens e mudança de assunto atraem a leitura para outro patamar, na busca de conexão e desbravamento de analogias entre os dois mundos.

  1. Consistência

Existe total consistência na narrativa; a mesma voz permeia todo o livro, sem mudança de ponto de vista no seu decorrer.

  1. Coerência

Há coerência em toda a obra, com fidelidade ao universo contemporâneo apresentado pelos autores, muito atenciosos às peculiaridades da história e de seus universos.

  1. Conflitos

Alguns conflitos emocionais se apresentam de forma leve e reveladora e é interessante observar como existe uma mensagem subliminar nos dois mundos fundamentada nos princípios cristãos de caráter, altruísmo, perdão, empatia e fraternidade. Muito interessante a forma como são colocados sutilmente e de forma pertinente. 

  1. Estilo

A prosa é marcada por uma fluidez que permite ao leitor mergulhar na narrativa. O uso de metáforas e simbologias enriquecem o texto, como já foi dito e reforço aqui, ampliando suas interpretações. A alternância entre momentos poéticos e cenas mais cruas proporciona um ritmo que mantém o interesse do leitor. Os autores optaram por um estilo descritivo e coloquial que atrai o legente pela construção de frases, diálogos e reflexões sobre cada situação descrita e exposta no livro. O uso de diálogos para dar corpo às cenas e pensamentos dos personagens torna a leitura interessante, como se o leitor interagisse com a obra e seus personagens; como se fizesse parte da cena. As aventuras, digressões, sonhos, reflexões e perigos vividos pelo protagonista em sua viagem ao outro mundo simbolizam a ventura de casar universos paralelos com sobriedade, sem misticismo ou uso de estereótipos. As analogias falam por si, sutilmente. 

  1. Personagens

Lucas: Como suas experiências moldam sua personalidade e suas decisões? Quais são suas motivações, medos e desejos? Como a figura paterna é representada no livro? Qual é o impacto de conhecê-lo sem realmente estar presente? Laura, Marcos, Bruno, Gustavo, Douglas, Adriana, Juan, Matheus, Dr. Janser, Mariana, cientista, médicos, enfermeiras, monstros, Renata, Dra. Karla, Dona Abadia, alunos, funcionários da escola, figurantes, Dr. Rogério, Dr. Pedro Paulo, pais da Laura, mãe do Lucas (...) todos personagens moldam a história com maestria, com destaque preciso e precioso para dar credibilidade ao conto contado. Alguns são apenas circunstanciais, outros, por menos que aparecem na narrativa, têm papel importante no seu desenvolvimento. Os personagens centrais são profundamente desenvolvidos, apresentando camadas que revelam suas inseguranças e anseios. Andrade e Vaz conseguem criar figuras com as quais muitos leitores podem se identificar, tornando a leitura mais íntima e reflexiva. O contraste entre os personagens que aceitam suas circunstâncias e aqueles que lutam para mudar suas realidades é particularmente interessante. As interações humanas no livro apresentam nuances profundas, destacando como as relações podem ser tanto de acolhimento quanto de rejeição. É possível explorar como a empatia e a solidariedade surgem em meio a conflitos de identidade. Os personagens principais são apresentados com muita elegância e sutileza, expondo exatamente o vínculo narrativo que os autores desejam dar à obra, administrando realidade e ótica afetiva em todos eles. São vivos, são fortes, são marcantes; sendo bem desenvolvidos em suas 3 camadas (física, estorno e central). A história é bem contada por eles, atores da história, e pelos autores/narradores, de forma que se abra um flanco para maior compreensão de onde se pode chegar a partir de um fato tão trágico e corriqueiro nos tempos atuais. (...) O outro mundo é uma aldeia plasmada do mundo onde vivem os personagens de fato; uma projeção de seus mais elevados objetivos e propósitos. Os personagens não se confundem; são únicos, se complementam em duas realidades contruídas pelo protagonista, criado pelos autores.
“Ouça a voz dos seus personagens e deixe que eles falem em seus textos.”
- Muito bem empregado nessa obra! Os personagens secundários obedecem, convenhamos, a estereótipos conhecidos pelo leitor, mas dão suporte à narrativa principal. Há alguns que por momentos se tornam caricatos. Os diálogos fazem viver o momento da trama; algumas informações inseridas nesses diálogos dão mais profundidade à história. 

  1. Suspensão da descrença

A obra é totalmente factível e faz o leitor acreditar no que está lendo, o que é muito positivo para a proposta que se apresenta.

  1. Verossimilhança

A história tem total verossimilhança, é bem semelhante à realidade, o que faz com que o leitor se conecte de maneira mais fluída à narrativa

  1. Da obra

“Entre Dois Mundos" é uma obra que provoca uma reflexão profunda sobre as dualidades da existência humana, explorando temas como identidade, pertencimento e as nuances entre o real e o imaginário. Reginaldo Andrade e Diogo Vaz, por meio de uma narrativa envolvente e poética, oferecem ao leitor uma jornada que desafia suas percepções sobre o mundo e o lugar do ser humano nele.

  1. Conclusão

A obra convida o leitor a questionar a natureza da realidade e a própria existência. A intersecção entre o mundo material e o mundo das ideias é uma das discussões centrais, levando a reflexões sobre a construção da identidade em um mundo plural. "Entre Dois Mundos" não é apenas uma história, mas um convite à introspecção e à reflexão sobre a condição humana. Os autores deixam espaço para a interpretação, permitindo que o leitor se encontre nas experiências dos personagens. Essa conexão emocional é um dos pontos fortes da obra. Serão os dois mundos um mundo só, como as faces de um mesmo espelho? Através de uma narrativa envolvente e personagens triviais, os autores conseguem abordar temas universais que ressoam com a experiência de muitos. O livro se destaca pela sua capacidade de provocar perguntas e instigar o leitor a explorar suas próprias dualidades. É uma leitura recomendada para aqueles que buscam não apenas entretenimento, mas também um mergulho nas questões existenciais que permeiam nossas vidas. Acredito no potencial comercial do livro, pois se coloca com distinção no nicho narrativo com nuances de ficção, que tem um público cativo e voraz. Na minha ótica, a obra tem potencial para prender o leitor até o final, embarcando na viagem de afeto e aventura, descobrimento, revelações e final inusitado, (...), mas perfeitamente crível imaginado (?) pelos autores numa simbiose leve e ao mesmo tempo profunda sobre a verdadeira mensagem deixada em uma das páginas (...).

Pergunta- se: o que aprendemos com essa obra? O que fica, após fechar o livro, em nossos corações?

Talvez a mudança de ótica sobre os acontecimentos que nos norteiam – seja essa a intenção ou não dos autores – mas a plena certeza que nada é por acaso.